Você sabia que existem vários tipos de Dores Crônicas?

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), uma dor é considerada crônica quando ela persiste por mais de 3 meses, e cerca de 30% da população em todo o mundo são afetadas por algum tipo de dor constante. Pelo meu conhecimento clínico posso afirmar que esse número é bem maior, e tende a crescer ainda mais nos próximos anos devido ao estilo de vida acelerado e hábitos não saudáveis, como sedentarismo, alimentação altamente inflamatória e níveis de estresses elevados.

Para entender melhor o quadro de dor crônica é importante saber que atualmente existem 3 tipos de dores diferentes. Essas são: nociceptiva (por lesão de um tecido), neuropática (por lesão nervosa) e nociplástica (por um sistema nervoso mais sensível a dor).

A dor nociceptiva: É a dor mais fácil de compreender. Ela está relacionada aos estímulos que geram algum dano tecidual, ou seja, danos na pele, nos músculos e órgãos internos. Quando esses tecidos corporais são lesados, começa uma grande cascata de reações metabólicas que resultam em várias substâncias chegando e se conectando às terminações neuronais livre (nossos famosos nervos). Estes transmitem a informação até o nosso cérebro, onde a dor é, de fato, processada e “sentida” por nós. Essa dor pode se tornar crônica quando a tal lesão do tecido (na pele) não é curada. Isso é bastante comum em doenças que degeneram continuamente esses tecidos, como é o caso da artrose ou até mesmo quando você corta seu dedo com o papel sulfite, acabou de gerar uma lesão tecidual

A dor neuropática: É aquela causada por alguma lesão ou doença que afete o sistema nervoso, ou seja, é quando os neurônios sensitivos (aqueles que captam informações do que acontece em todo o seu corpo) são feridos ou danificados. Um trauma na medula espinhal, por exemplo, causa, frequentemente, dor crônica, pois a medula é um órgão que não se regenera simplesmente. Então, qualquer lesão nela não se resolverá sem algum tratamento. E, mesmo assim, o manejo é difícil e exige bastante do paciente. Doenças autoimune, inflamatórias, vasculares, infecciosas e degenerativas do sistema nervoso, central e periférico também podem causar esse tipo de dor.

A dor nociplástica: É uma dor difícil de explicar e também difícil de entender. E não é à toa, esse termo é relativamente recente e só foi diferenciado dos dois outros termos anteriores nos últimos anos. Basicamente, podemos pensar que essa dor ocorre quando há algo alterando a capacidade que os nervos têm de transmitir informações até o cérebro ou a modulação dessas informações nesse órgão tão fundamental para a percepção dolorosa. A consequência dessa disfunção pode ser uma alta sensibilidade dolorosa a certos estímulos, é como se o organismo elaborasse uma resposta grande a um estímulo considerado como pequeno. O exemplo mais tradicional desse tipo de dor crônica é a fibromialgia, uma doença reumatológica caracterizada por dor difusa por todo o corpo, muito frequente e com intensidade elevada.

Esses 3 tipos de dores, embora não seja tão conhecido por todos nós, já estão muito bem descritos na literatura e ganham cada vez mais espaço entre as linhas de pesquisas de todo o mundo. O que contribui para que cada vez mais tratamentos adequados e eficientes sejam propostos para cada tipo de dor e suas particularidades, por isso quando se vai iniciar um tratamento para dor crônica é de fundamental importância que a escolha do profissional seja baseada no grau de capacitação e atualização que esse te oferece, garantindo assim, o melhor tratamento possível para cada caso.