Zumbido no ouvido: quais são as causas e tratamentos desse problema?

Se você chegou até aqui procurando todas as informações sobre zumbido no ouvido, veio ao artigo certo.

Primeiro você precisa saber e estar ciente de que, o zumbido NÃO é uma doença e sim um SINTOMA. Assim como a febre ou a dor de cabeça, que são sintomas, ele (o zumbido) pode aparecer devido a algum motivo específica. E aí que esta o X da questão, que motivo é esse? É o que todos os pacientes e estudiosos querem saber.

zumbido no ouvido nada mais é do que perceber um som que não está sendo gerado no meio ambiente naquele momento, não é um som que vem do meio externo. Mas ele não é real? É sim, só que ele é produzido pelo próprio cérebro.

Pode ser um som intermitente ou um som irritante, contínuo em uma ou ambas as orelhas ou até mesmo na cabeça. Cada paciente descreve seu zumbido das mais diferentes formas: chiado, cigarra, cachoeira, panela de pressão, bater de asas, sirene, buzina e por aí vai… A altura desse barulho no ouvido pode ir de um som baixo a um alto.

Zumbido não é um assunto fácil pra ninguém. Nem para os pacientes que se queixam e nem para os médicos, fisioterapeutas e fonoaudiólogos que lidam com ele. A existência de muitas causas possíveis, inúmeros exames a serem feitos e diferentes formas de tratamento só mostra como é vasto e complexo o tema. Esse é um assunto que tem sido constantemente estudado ao redor do mundo.

 

Pensando em tratamento da causa do problema, vamos falar das principais:

 

  • Surdez: a surdez é sem dúvida a principal causa do zumbido. Qualquer tipo de surdez, transitória ou definitiva, pode cursar com zumbido. Os casos mais frequentes de surdez ocorrem por excesso de cera nos ouvidos, perda auditiva induzida por ruído, presbiacusia (perda auditiva da idade), otosclerose, perda auditiva imunomediada, surdez súbita e traumas. Resumindo, algumas dessas doenças podem ser tratadas com remédios e outras podem ser tratadas com aparelhos auditivos. Em ambos os casos, o zumbido melhora muito, podendo desaparecer.
  • Doenças metabólicas: a cóclea praticamente não tem reservas energéticas e seu metabolismo depende diretamente do suprimento de oxigênio e de glicose oriundos do sangue. Assim, alterações metabólicas mínimas, como variação da insulina, da glicose ou de hormônios, podem desencadear zumbido. Alguns estudos apontam para o colesterol alto como um fator causal de zumbido. O tratamento dessas alterações muitas vezes pode ser feito apenas com dieta, com melhora do sintoma.
  • Sequelas de otites: pacientes que tiveram otites importantes na infância ou mesmo na idade adulta podem apresentar um zumbido como sequela. A toxicidade das infecções ou mesmo dos antibióticos e demais medicações usadas no tratamento podem lesionar parte da orelha interna.
  • Causas cardiovasculares: a pressão alta também é uma causa importante de zumbido, tanto direta como indiretamente. Muitas vezes o zumbido melhora após o controle da pressão. Outras vezes, a pressão alta pode causar um distúrbio de irrigação do labirinto que será mais difícil de controlar apenas com a diminuição da PA.
  • Causas neurológicas: doenças desmielinizantes, como a esclerose múltipla, podem causar o zumbido. Sequelas neurais também, como quadros pós-meningite e pós-AVC. Alguns tumores também podem ser causa.
  • Causas farmacológicas: medicações podem causar o zumbido. Na verdade, aparentemente qualquer medicação pode, mas algumas são mais comuns, como ácido acetil salicílico (AAS), anti-inflamatórios, antibióticos, medicação para baixar colesterol, antidepressivos, diuréticos e quimioterápicos. A suspensão da medicação pode melhorar o sintoma. Consumo de álcool, cafeína e demais drogas também podem causar zumbido.
  • Causas odontogênicas: muitos estudos relacionam zumbido às disfunções da articulação têmporo-mandibular (ATM). Isso pode parecer meio improvável num primeiro momento, mas há uma explicação científica que leva em conta a inervação da região do ouvido. O tratamento da disfunção também pode melhorar o zumbido.
  • Causas musculares: contraturas miofasciais na região do pescoço, ombro, pelve e musculatura mastigatória já foram comprovadamente associadas ao zumbido. O mecanismo também parece estar ligado à inervação local. Outra causa muscular pode ser a mioclonia do músculo tensor do tímpano, que pode dar uma sensação rítmica nos ouvidos parecida ao “bater de asas de uma borboleta” dentro do ouvido. Relaxantes musculares, acupuntura, quiropraxia, fisioterapia e atividades físicas posturais podem ajudar.
  • Doenças dolabirinto: a Síndrome de Ménière é uma das causas possivelmente tratáveis do zumbido.
  • Causas psicogênicas: ansiedade e depressão são causas e consequências do zumbido, o que pode ocasionar um ciclo vicioso indesejado (o zumbido piora a ansiedade que piora o zumbido). Infelizmente, ansiedade é algo extremamente comum no nosso dia-a-dia. Costumo comentar com os nossos médicos residentes que a incidência de doenças influenciadas pela ansiedade, como o refluxo faringo-laríngeo por exemplo, está crescendo exponencialmente na nossa prática clínica. O mesmo vale para o zumbido psicogênico. É comum o paciente vir ao consultório com quadro de zumbido iniciado após um evento traumático, como uma violência ou uma perda sofrida. Nestes casos, o tratamento pode ser mais complexo e vai depender muito da aceitação e da atitude do paciente.

 

Existem outras causas para o zumbido, mas as principais são as acima mencionadas.

O otorrino é o profissional responsável de realizar o diagnóstico clínico do seu zumbido, solicitando exames para entender qual foi o motivo do aparecimento do seu zumbido. Fisioterapeuta e fonoaudiólogo também são profissionais que irão atuar no tratamento do seu zumbido.

 

Não é possível uma fórmula mágica para o zumbido, infelizmente. Esse tipo de tratamento requer muito conhecimento, experiência e paciência do doente e do profissional capacitado para esse tipo de atendimento. Tratamentos devem ser feitos por períodos longos para que se possa avaliar corretamente o resultado e maus resultados podem ser necessários para que se possa tatear qual a medicação ideal para aquele paciente.

Também é possível o uso de aparelhos auditivos que mascaram o zumbido. Eles produzem um ruído que disfarça, ameniza ou mesmo encobre. O ruído normalmente é um chiado mais agradável. Este tratamento é opção para casos de zumbido mais grave e que não melhoram com tratamentos mais simples.

Outras terapias também são possíveis, como terapia de adaptação ao zumbido (TRT), fisioterapia para os zumbidos de causa somatossensorial (origem muscular).

Ou seja, respondendo novamente à pergunta: zumbido tem cura?

Não falamos de cura, visto que o zumbido não é uma doença. Falamos de remissão, ele pode ter sim uma melhora ao ponto de o paciente não perceber mais, nem no silêncio. Serão todos os casos que isso irá ocorrer? Não, mas a grande maioria com o tratamento direcionado consegue ter qualidade de vida, entender quais são os gatilhos para o aumento do volume do seu zumbido e assim fazer o manejo e ter o controle sobre o seu zumbido.

Procure ajuda profissional, aqui no Instituto Basis nós temos profissionais especializados para poder te orientar da forma correta.

 

“As informações aqui colocadas são de caráter informativo. Cada paciente possui suas particularidades e deve ser avaliado e tratado de forma individualizada”.

 

Gabriela Amaral – fisioterapeuta

CREFITO/3 190210 – F.