O que NUNCA te contaram sobre a sua dor nas costas!

Sempre trazemos aqui o que há de mais novo nos estudos sobre dor crônica e, principalmente, sobre dor na coluna vertebral. Hoje, venho trazer novidades para você, para que fique, inclusive, mais aliviado. Tem medo de dobrar a coluna? Acha que o repouso é a cura? Pois bem, essas e muitas outras crenças foram “quebradas” em vários estudos. Listamos aqui 13 ideias que já não se aplicam mais a essas crendices.

Quer saber mais algumas verdades sobre dor nas costas? Vem comigo, aposto que você não fazia ideia sobre várias delas.

  1. A principal: ter dor nas costas é comum (cerca de 1 a cada 5 pessoas no mundo terão dor crônica). Desde que somos seres bípedes, ficamos vulneráveis a ter dor na coluna vertebral, pensando mecanicamente, como funcionamos. Nossos ancestrais não passavam pelo menos 8 horas seguidas sentados em frente a telas; passavam dias andando e peregrinando. Acredito que, se houvesse dor nas costas, seria por outro motivo. Vivemos em tempos modernos e, com isso, diminuímos a quantidade de horas nos exercitando. Isso por si só é o fator mais importante para nos levar a ter dor nas costas em algum momento da vida, sem motivo aparente.
  2. Ter dor não é um sinal de que você tem uma lesão. Dor e lesão são coisas completamente diferentes. Dor é um mecanismo de alerta em nosso corpo e pode ser acionado mesmo que você não tenha uma lesão. Pegue o seu dedo indicador da mão e leve-o para trás, como se quisesse alongá-lo. Me diga agora, você sentiu dor? Se você não tem frouxidão ligamentar, aposto que a resposta foi sim. A dor, nesse caso, foi apenas um alerta para que você retirasse o mecanismo que estava gerando estresse na articulação. E quando você retirou o mecanismo, a dor passou. É para isso que ela serve na maioria das vezes, não necessariamente porque você teve uma lesão. Entende?
  3. Sua coluna não é frágil, vulnerável e/ou precisa ser protegida. Ela é forte, tem muitos músculos e foi “feita” para realizar movimentos.
  4. Sua coluna foi feita para “dobrar” (flexão e extensão). Sim, não se preocupe em fazer movimentos para frente e muito menos movimentos para trás; ela gosta de movimento!
  5. Seu abdômen não precisa estar contraído 24h por dia (relaxe-o!). Sabemos da importância do CORE, mas tentar ativá-lo o tempo todo pode causar um efeito contrário ao benefício. Hiperestimular um músculo não irá fortalecê-lo mais rapidamente. Fique tranquilo, quando você pegar algo do chão, AUTOMATICAMENTE o core será acionado, querendo ou não. Pense comigo, se você não tiver uma ativação automática dele, como o seu tronco iria permanecer ativo para carregar o que precisa? Então, relaxe.
  6. Em situações crônicas, o exercício é um dos tratamentos mais eficazes (Diga não ao repouso!). Somos seres que viemos de condições de caça; foi assim que evoluímos. Foi andando e peregrinando que nossa espécie conseguiu evoluir. O exercício, o movimento, é inerente a nós.
  7. Sua dor nas costas pode ser tratada de forma conservadora. 90% das dores nas costas podem ser tratadas de forma conservadora. O que o paciente precisa é ter paciência e um ótimo profissional para auxiliar.
  8. Exames de imagem para dor nas costas raramente são necessários e podem prejudicar o diagnóstico. Exame de imagem é uma fotografia do seu corpo; ele mostrará suas “rugas internas”. É normal ao longo dos anos nosso corpo ter degenerações. Ter bico de papagaio ou artrose não é uma sentença de incapacidade física. O exame auxiliará no diagnóstico clínico e não determinará que a sua dor é devido a ele. Devemos levar em consideração os achados clínicos também. Por exemplo, tem dor noturna? Tem formigamento? Tem parestesia? Tem perda de força muscular? Entre outras características.
  9. Em grande parte dos casos, as cirurgias são desnecessárias. Essa afirmação pode parecer polêmica, mas garanto que várias cirurgias poderiam ser evitadas se o paciente tivesse seguido mais rigorosamente o tratamento conservador. Se bons profissionais tivessem auxiliado melhor esse paciente, se o paciente e o profissional tivessem persistido por mais tempo com o tratamento conservador. Sabemos que não é fácil, mas é possível evitar uma cirurgia.
  10. Medicamentos muitas vezes não são eficazes e podem causar danos a médio e longo prazo. Não há medicamentos “inocentes”. Todos podem causar efeitos colaterais, principalmente os anti-inflamatórios.
  11. A dor não é coisa da minha cabeça. Ela é real. Porém, as dores persistentes geralmente estão associadas a mudanças na maneira como você pensa e sente. Quando alguém fala de “dor psicológica”, sabemos que a maioria está querendo dizer que a pessoa está inventando. Mas na verdade, ela tem razão apenas na parte da “dor psicológica”; tudo que remete à “psicológica” está relacionado ao cérebro, e é nele que tudo acontece. Quando uma pessoa sente dor, foi observado em estudos que as áreas do cérebro que percebem a dor são as mesmas das nossas emoções. Coincidência?
  12. Ser mais velho não significa ter mais dor (cerca de 20% das pessoas de qualquer idade sentem dor); dor e idade não estão diretamente correlacionados. Existe sim uma maior chance, mas não é uma verdade absoluta. Tenho certeza de que você conhece aquela senhorinha “que está melhor que muita gente”.
  13. Mulheres sentem mais dor, falso! Existem algumas condições que acometem mais mulheres do que homens e vice-versa, mas não podemos afirmar categoricamente. Mulheres sofrem muito com as alterações hormonais, principalmente na oscilação de humor, mas isso não significa que são mais propensas a dores.

 

Fisioterapeuta

Gabriela Amaral

CREFITO/3 190210-F